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O que nos faz viver por 100 ou mais anos?

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      Como veremos, a resposta transcende o senso científico comum ...      Julianne Holt-Lansted é uma pesquisadora na Universidade Brigham Young.  Ela direcionou esta pergunta a milhares de adultos de meia idade, pesquisando vários aspectos de suas vidas, como: o tipo de dieta que consomem, a regularidade na prática de exercícios físicos, estado civil, a frequência das consultas médicas, hábitos de vida como etilismo e tabagismo.  Registrou todas as informações e aguardou 7 anos para verificar quem ainda estava "respirando".      E das pessoas deixadas esperando, O QUE reduziria o risco de morte da maioria? Quais seriam os maiores preditores da longevidade? Eis que, recentemente foram analisados e publicados os   dados compilados.  Percebe-se que os maiores produtores de sobrevida foram dois aspectos da VIDA SOCIAL: relacionamentos próximos (como por exemplo a quem recorrer quando se estiver doente ou precisando de suporte financeiro) e a integração social. Esta sig

2018: o Recomeço

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       Depois de uma temporada de dedicação intensiva à maternidade, me proponho  uma tentativa de retomar o blog. Aliando assuntos diversos sobre envelhecimento, ao amor pela escrita. Como uma fonte de dar vazão ao turbilhão de pensamentos que me incendeiam, graças à experiência como médica geriatra entusiasta (afinal já são mais de 10 anos na especialidade), ao amor pelos desafios da maternidade e vivência de acompanhar o envelhecimento de meus progenitores. Embora com o patrimônio genético de vários escritores na família, este talento eu não herdei. Mas a herança do deslumbramento pela leitura e pela escrita é grande, pelos exemplos dos "devoradores" de livros que sempre tive em casa. Peço desculpas pelo amadorismo de minhas palavras. Mas, é que antes de mais nada, a retomada deste blog, representa para mim um recomeço. Recomeço de uma vida com um olhar de valorização para as pequenas coisas que me são importantes e foram deixadas pelo caminho, em algum momento..

Idoso: 60 segundos de esforço e mais saúde

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              A saúde de pessoas idosas pode ser dramaticamente melhorada com treino de exercícios de alta intensidade, conforme novo estudo publicado no Jornal da Sociedade Americana de Geriatria.  Trata-se de um grupo de cientistas da Universidade de Abertay (EUA), especialista em exercícios físicos em pessoas idosas.  Foram avaliados idosos pensionistas, submetidos a um programa de exercícios de alta intensidade (EAI) (de 60 segundos, 2x por semana) durante 6 semanas, que demonstrou melhora física, da capacidade de desempenho das atividades de vida diária dos idosos (como por exemplo carregar compras, se levantar de uma cadeira) e do controle da pressão arterial que é um importante fator de risco para doença cardiovascular.         Estas descobertas têm importantes implicações já que com o envelhecimento há enfraquecimento muscular  o que acarreta impacto muito negativo na saúde global das pessoas idosas. Apesar do conhecimento acerca dos benefícios dos exercícios físicos regula

Novas perspectivas terapêuticas para Doença de Alzheimer

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    Conforme dados recentes da Organização Mundial de Saúde, atualmente mais de 35 milhões de pessoas no mundo apresentam demência, número cujo crescimento previsto atingirá a marca de 115 milhões de pessoas em 2050,  representando triplicação do número de pacientes, em relação à estatística de 2012.  A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, cujo tratamento atual é baseado em única  via de ação que corresponde ao retardo de evolução da doença e não de prevenção da progressão dos sintomas,  já que até o momento, infelizmente, esta entidade é incurável.      Este cenário é favorável à eclosão  de inúmeras pesquisas que busquem  novas possibilidades terapêuticas, inclusive com drogas já existentes para o tratamento de diferentes doenças.  Como exemplo, a publicação recente de um artigo (na revista " Biological Psychiatry" - março de 2013) de pesquisadores da Universidade de Washington, liderados pelo Dr. Brain Kraemer, referente ao uso de um pequeno verme trans

Panacéia das Terapias Anti-Envelhecimento

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        A obsessão pela juventude e beleza tem impulsionado o ser humano a busca de tratamentos "fantásticos" desde os primórdios da civilização. A busca incessante por fórmulas anti-envelhecimento tem exposto os pacientes a substâncias cuja segurança para uso em longo prazo inexiste (inclusive com aumento de risco de alguns cânceres) e eficácia ainda não foi comprovada em ensaios clínicos de relevância no meio científico.           A medicina antienvelhecimento não é reconhecida como especialidade médica no Brasil, nem nos EUA, Canadá ou União Européia. A prática de prescrição de quaisquer substâncias, seja elas hormônios, antioxidantes, vitaminas, procaína para reverter ou prevenir o envelhecimento é vetada  pelo Conselho Federal de Medicina (conforme Resolução 1.938/2010), por reconhecer os riscos para a saúde, inerentes ao uso de tais substâncias.          Diversos hormônios diminuem com a idade,  mas não há comprovação de que isso cause o envelhecimento. Talvez sej

Fadiga no Idoso

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O envelhecimento populacional é um dos maiores triunfos da humanidade e também um dos nossos maiores desafios. Mundialmente, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais está crescendo e continuará a crescer mais rapidamente do que qualquer outro grupo etário devido ao declínio da fecundidade e aumento da longevidade . Num cenário geriátrico de demandas diferenciadas de suporte clínico, em virtude das manifestações atípicas de algumas doenças e particularidades terapêuticas, insere-se um problema comum e muitas vezes pouco valorizado no atendimento ao paciente idoso: a Fadiga. A Fadiga é um sintoma incapacitante e de difícil definição. Corresponde à uma sensação subjetiva de cansaço persistente e generalizado, de exaustão , também podendo ser expressa como “perda de energia” ou “fraqueza”. Representa uma queixa primária do paciente ou secundária a alguma doença subjacente. Por isso é importante ressaltar que morbidades como a depressão, anemia, osteoartrite,

Alerta para "Depressão pós-AVC"

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A depressão pós-AVC ("Acidente Vascular Cerebral" ou "Derrame") possui uma prevalência elevada, de 23 a 60%. Apesar disso, ela é pouco detectada e tratada. Achei importante postar sobre o assunto, dado a relevância dele na qualidade de vida dos pacientes. E isto porque a depressão está associada a um pior prognóstico (com aumento do tempo de internação hospitalar e prejuízo na reabilitação) e evolução, ao agravo das disfunções cognitivas. O AVC pode provocar nos indivíduos acometidos não apenas sequelas motoras (como paralisia de um lado do corpo, dificuldade de andar ou falar ...), mas também prejuízos cognitivos (problemas na memória, capacidade de cálculo, abstração, na linguagem, ...) e psiquiátricos. Destes últimos, a depressão é a mais frequente e nem sempre reconhecida pela equipe de saúde e pelos familiares que acompanham o paciente. Ela também causa maior mortalidade, maior prejuízo no funcionamento físico e da linguagem, promovendo impacto negativo na