Importância da febre na pessoa idosa


É preciso prestar muita atenção ao avaliar a febre na pessoa idosa, pois
ela pode estar ausente mesmo em situações de extrema gravidade. De uma
maneira geral, apenas as infecções graves na pessoa idosa se apresentam com
uma elevação substancial da temperatura do corpo. Cerca de 30% das pessoas
idosas na vigência de um processo infeccioso, como pneumonia, infecção uri-
nária, tuberculose ou até um abscesso intra-abdominal, não alteram a tempera-
tura do corpo ou, até mesmo, apresentam hipotermia (temperatura dos tecidos
profundos abaixo de 35oC). Por isso, qualquer elevação de temperatura acima
dos limites normais indica sério sinal de alerta, devendo ser imediatamente
diagnosticada a causa e origem do processo.

A febre pode ser benéfica e é parte da reação do corpo a uma doença;
no entanto, se a temperatura estiver acima de 42oC, então pode causar danos
sérios aos neurônios (células do cérebro), com risco de afetar a meninge,
caracterizando a fase da chamada de hipertermia maligna.
A temperatura do nosso corpo normalmente flutua ao longo do dia, e o
mesmo acontece com a febre (costuma ser mais baixa de manhã e aumentar
à tarde). Se esse padrão característico estiver ausente, a temperatura aumen-
tada do corpo pode ter como causa insolação, que é uma disfunção mais
séria. A insolação é causada pelo excesso de exposição ao sol e é acompa-
nhada de desidratação.



Alterações corporais que podem acompanhar um idoso com febre -

O estado febril não se caracteriza somente pelo aumento da temperatura,
mas também por outras alterações que podem estar também presentes, como:
• nos sistemas circulatório e respiratório – aumento ou redução da fre-
qüência cardíaca, palpitação, aumento da freqüência respiratória,
dificuldade para respirar (respiração pela boca), dor no peito, tosse,
aumento ou queda da pressão arterial;

• no sistema digestivo – boca seca, dor abdominal, náuseas, vômitos, azia,
flatulência (formação de gazes), dificuldade de deglutição (para engo-
lir), incontinência fecal (ver texto sobre Incontinência urinária e fecal);

• na pele e tecido subcutâneo – cianose (cor azulada da pele) , palidez,
eritema (pele avermelhada),

  • no sistema urinário – incontinência urinária ou retenção/dificuldade para urinar, redução do débito urinário ou aumento da freqüência urinária (aumento ou diminuição de urina);
• nos sistemas nervoso e musculoesquelético – tremores, espasmos, alterações de marcha, tontura, confusão mental (agitação psicomotora ou apatia), ansiedade, sonolência, amnésia, alteração da fala, dor de cabeça, falta de apetite.

Maneiras de medir a temperatura corporal -
A febre pode ser medida de diversas maneiras: através da boca, da axila
ou do ânus, utilizando um termômetro. Na pessoa idosa a temperatura axilar
por si só já reflete uma boa medida.
Temperatura corporal de acordo com seu nível
Costuma-se dividir os graus de temperatura corporal de acordo com a
tabela abaixo.

Temperatura axilar do corpo

Normal Entre 36° e 36.9° C
Estado febril Entre 37° e 37.5° C
Febre baixa Entre 37.6° e 38° C
Febre moderada Entre 38.1° e 39° C
Febre alta Acima de 39.1° C




Comentários

  1. Obrigada pelo artigo, foi bem esclarecedor.

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Ótimas dicas sobre o que observar no idoso para informar ao dr durante a consulta. Ótima matéria, dra. Juliana. ABraços Mariana Binda Anacleto MOrais, Psicóloga Clínica São Bernardo do Campo/SP com grupo de idosos, Oficina Memória Viva.

    ResponderExcluir
  4. 68 anos de idade. Início de processo infeccioso hepático. Tempo frio febre de 37,5 a 38. Antitérmico pode ser usado?

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Alerta para "Depressão pós-AVC"

Fadiga no Idoso